Em 2024, trabalhadores que utilizam aplicativos como principal meio de intermediação profissional registraram um rendimento médio mensal de R$ 2.996. Este valor supera em 4,2% a renda de trabalhadores que não atuam por meio de plataformas digitais, que ficou em R$ 2.875. A constatação é fruto de um estudo recente.
Apesar do rendimento superior, a pesquisa aponta que a diferença salarial entre os dois grupos diminuiu em comparação com 2022, quando o rendimento dos trabalhadores de aplicativo superava o dos demais em 9,4%.
O levantamento também revela que os trabalhadores de aplicativo enfrentam jornadas de trabalho mais extensas. Em média, eles trabalham 44,8 horas por semana, enquanto os não plataformizados dedicam 39,3 horas semanais ao trabalho. Essa diferença se reflete no rendimento por hora, que é menor para os trabalhadores de aplicativo: R$ 15,4, contra R$ 16,8 dos não plataformizados.
O estudo identificou 1,7 milhão de trabalhadores em aplicativos de transporte, entrega, e prestação de serviços diversos.
A análise dos dados por nível de escolaridade mostra que, até o ensino médio completo, trabalhadores de aplicativo ganham mais que os não plataformizados. Contudo, entre aqueles com ensino superior completo, os plataformizados registram um rendimento inferior, de R$ 4.263, comparado aos R$ 6.072 dos não plataformizados.
Outro ponto crítico é a informalidade. Entre os trabalhadores de aplicativo, 71,7% estão na informalidade, contra 43,8% dos demais trabalhadores. A contribuição previdenciária também é menor entre os plataformizados: apenas 35,9% contribuem, enquanto 61,9% dos não plataformizados possuem essa proteção.
Ao analisar especificamente a categoria de motoristas, o estudo constatou que os de aplicativo ganham mais (R$ 2.766) que os demais (R$ 2.425), e trabalham mais horas por semana (45,9 contra 40,9). Entretanto, apenas 25,7% dos motoristas de aplicativo contribuem para a previdência, em comparação com 56,2% dos outros motoristas. A informalidade também é maior entre os motoristas de aplicativo, atingindo 83,6%.
Entre os motociclistas, o cenário é semelhante. Os que trabalham por aplicativo ganham mais (R$ 2.119) e trabalham mais horas (45,2 semanais), mas a contribuição previdenciária é menor (21,6%) e a informalidade maior (84,3%).
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br