A Geração Z, composta por jovens entre 16 e 30 anos (nascidos entre 1995 e 2009), tem se destacado como força motriz em protestos ao redor do . As manifestações, marcadas pela ausência de lideranças formais e pela coordenação via redes sociais, abrangem uma ampla gama de países, desde o Nepal e a Indonésia, passando pelas Filipinas, Bangladesh e Sri Lanka, até Marrocos e Madagascar, além de nações sul-americanas como Peru e Paraguai.
Os protestos, impulsionados por pautas como combate à corrupção, defesa de direitos sociais, preocupações ambientais e busca por igualdade, revelam a crescente insatisfação da juventude com o status quo. A organização horizontal, facilitada pelas redes sociais, permite debates e ações coletivas inspiradas em exemplos internacionais.
Em Marrocos, manifestações contra gastos com a Copa do Mundo de 2030, sediada em conjunto com Espanha e Portugal, e por maiores investimentos em saúde e educação resultaram em confrontos violentos, com mortes, centenas de feridos e prisões. Os manifestantes exigem reformas sociais e a renúncia do primeiro-ministro Aziz Akhannouch, em meio a altas taxas de desemprego, especialmente entre os jovens.
Madagascar testemunhou protestos sem precedentes contra cortes de energia, falta de água potável, corrupção, pobreza e exploração mineral. A “Geração Z Madagascar”, coletivo criado nas redes sociais, ganhou força, levando o presidente Andry Rajoelina a demitir parte de seu governo. A insatisfação popular se intensifica com a alta taxa de pobreza e desemprego, apesar da riqueza mineral do país.
No Nepal, o bloqueio de redes sociais pelo governo desencadeou uma onda de protestos, impulsionada pelo desemprego, corrupção e falta de perspectivas para a juventude. A revolta, que atingiu alvos como casas de políticos e prédios governamentais, resultou em mortes, prisões e na renúncia do primeiro-ministro Khadga Prasad Oli.
Na América Latina, o Peru viu jovens protestarem contra a presidente Dina Boluarte, o governo e o Congresso, após reformas na Previdência e em meio a escândalos de corrupção, instabilidade econômica e aumento da criminalidade. A oposição à Lei da Anistia, que beneficia militares e policiais acusados de crimes contra os direitos humanos, também alimenta os protestos, que foram reprimidos violentamente.
No Paraguai, jovens foram às ruas da capital para protestar contra a corrupção, um problema endêmico no país, com o lema “Somos 99,9%. Não queremos corrupção”. A manifestação, convocada pelas redes sociais, demonstra a crescente mobilização da juventude latino-americana.
Fonte: mundosindical.com.br