Em análise sobre o legado de Getúlio Vargas, a comparação entre o Estado Novo e regimes como a ditadura militar de 1964 e o governo Bolsonaro é considerada simplista e anacrônica. Essa perspectiva desconsidera as particularidades e os contextos históricos de cada período.
O Estado Novo, instaurado em um cenário de iminente guerra mundial e intensas disputas políticas internas, representou uma resposta às pressões de forças reacionárias e entreguistas que Vargas havia deposto em 1930. Embora tenha reprimido comunistas, o governo Vargas também se opôs aos integralistas e liberais da República Velha, culminando em uma reaproximação com os comunistas liderados por Luís Carlos Prestes, crucial para a eleição de Vargas em 1950.
Um dos marcos do período foi a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), sancionada em 1º de Maio de 1943, estabelecendo direitos trabalhistas em diálogo com os sindicatos, em contraste com a repressão aos trabalhadores e ao desmonte da CLT durante a ditadura de 1964 e o governo Bolsonaro.
A ascensão dos militares e udenistas, que tramaram o golpe de 1964, representou uma traição ao projeto de desenvolvimento nacional de Vargas.
Avaliar a Era Vargas apenas como um período autoritário é minimizar suas conquistas. A importância de Vargas reside na ruptura com o atraso, no impulso ao desenvolvimento nacional, e na transformação do Brasil em um país industrializado, urbano e com identidade própria.
Fonte: agenciasindical.com.br