Em um dia marcado por instabilidade nos mercados, o dólar disparou, ultrapassando R$ 5,50 pela primeira vez desde o início de agosto. A bolsa de valores também registrou queda, acumulando um recuo de quase 4% no mês de outubro.
O dólar comercial encerrou o dia cotado a R$ 5,503, representando uma alta de R$ 0,128, ou 2,38%, em relação ao dia anterior. Apesar de iniciar o dia em baixa, cotado a R$ 5,36, a moeda americana rapidamente reverteu a tendência. O valor máximo atingido durante o dia foi de R$ 5,51, pouco depois das 14h.
Com o desempenho desta sexta-feira, a divisa acumulou alta de 3,13% na semana e 3,39% no mês de outubro.
O mercado de ações também sentiu o impacto, com o índice Ibovespa da B3 fechando aos 140.680 pontos, queda de 0,73%. O índice atingiu o menor nível desde 3 de setembro, acumulando uma perda de 2,44% na semana e 3,8% no mês.
A combinação de tensões comerciais entre Estados Unidos e China e preocupações com o cenário fiscal brasileiro pressionou a moeda nacional, resultando no pior desempenho entre as moedas de países emergentes.
No cenário internacional, a nova ofensiva comercial de Washington contra Pequim exerceu pressão sobre os mercados globais. O presidente dos Estados Unidos acenou com um aumento de tarifas sobre produtos da China, em resposta à decisão chinesa de ampliar os controles de exportação sobre terras raras. O anúncio de uma nova tarifa de 100% sobre produtos chineses deve gerar ainda mais instabilidade no mercado financeiro.
Os preços do petróleo também sofreram forte queda, atingindo o menor nível em cinco meses. O barril do Tipo Brent encerrou o dia cotado a US$ 62,73, com uma queda de 3,82%.
As bolsas de valores dos Estados Unidos também fecharam em forte baixa, com o S&P 500, o Nasdaq e o Dow Jones registrando quedas significativas. Diante da crescente incerteza, investidores buscaram refúgio em ativos considerados mais seguros, como ouro e títulos do Tesouro dos Estados Unidos.
No Brasil, a turbulência externa se somou a novas preocupações sobre as contas públicas. A derrubada de uma medida provisória que pretendia aumentar a tributação de investimentos gerou um impacto negativo de R$ 17 bilhões para as contas do governo no próximo ano. O governo deverá discutir alternativas para compensar a perda de receita.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br